sexta-feira, 20 de maio de 2011

Entamoeba histolytica- Protozoário Intestinal

A Entamoeba histolytica classifica-se como protista, do filo mastigophora. A classificação em filos é baseada na classificação do movimento do protozoário, neste caso, por emissão de pseudópodos. Agente da amebíase, é uma doença que deve ser levada a sério pela comunidade médica, pois é a segunda causa de morte por protozoários.



A doença enquadra-se no tipo fecal-oral, pois as principais formas de transmissão é diretamente por contato da boca com as mãos contaminadas por fezes contendo os cistos do protozoário ou indiretamente, por meio da ingestão de água ou alimentos também contaminados.




No meio ambiente, a E. histolytica mostra-se na forma de cistos- forma contaminate, enquanto que na luz intestinal (intestino grosso), na forma trofozoíta- ativa.



A E. histolytica é muito semelhante com a E. dispar. Em 90% dos casos decorrentes do último agente, não há sintomas. Quando existir sintomas característicos de infecção por amebíase, como diarréia e dor abdominal, deve-se fazer um exame diferencial para saber se trata-se da E. dispar ou da E. histolytica, já que a esta pode causar graves complicações clínicas. A diferenciação se dá pela análise dos núcleos na forma trofozóita ou por PCR.




A E. dispar é um agente não invasor, não hematófoga, não patogênica. São encontrados cistos nas fezes. Já a E. histolytica, invasora, hematófoga e patogênica.




Nas fezes sólidas são encontrados os cistos característicos- até 4 núcleos (tanto a E. histolytica quando a E. dispar). Obs: na E. coli podem ser encontrados até 8 núcleos.

Já nas fezes diarréicas -fezes líquidas (eliminação excessiva de água pelo organismo na tentativa de eliminar o parasito) podem ser encontradas as formas trofozoítas.




O ciclo é fecal-oral e resume-se em:

1- Ingestão de cistos maduros

2- No estômago, pela ação do suco gástrico, ocorre o desencistamento

3- Formação de amébulas metacísticas.

I) Ciclo não patogênico na luz do intestino: formação de trofozoítos e encistamento

II) Ciclo patogênico: trofozoítos em atividade. Podem perfurar a parede do intestino, pulmão, fígado etc (daí a importância de se saber se trata-se da E. dispar ou E. histolytica!)




























Junto com a Giardíase, é a doença que mais causa diarréia entre viajantes (27%) - alimentação em locais desconhecidos e não atenção a higienização.


O principal sintoma clínico é a desinteria amebiana. Caracteriza-se por: diarréia aguda, dor abdominal, febre, leucocitose. Pode haver muco e sangue nas fezes. Em imunodeprimidos e gestantes os sintomas podem ser fulminantes. Atingindo a mucosa intestinal pode cronificar: cronite amebiana crônica.


É importante o tratamento da doença na fase aguda - inicial.


Quando os trofozoítos transpassam a parede do fígado, pode resultar em amebíase hepática- caso extremo, mas não raro ou difícil de ocorrer.

Inicialmente ocorrem lesões pequenas e múltimas confluindo para um abscesso único- necrose do tecido da parede, formando um abscesso líquido.

Podem ocorrer complicações torácicas, muitas vezes relacionadasao processo hepático - metade inferior do hemitórax direito.


Pode haver outros sítios de ação dos trofizoítos (mais raros) - cérebro, cutâneo.


O diagnóstico da doença é feita pela análise das fezes frescas. Por meio da técnica de sedimentação ou de centrífugo- flutuação podem ser encontrados cistos do protozoário.


O tratamento é feito de acordo com o grau da parasitologia. Caso o trofozoíto tenha apenas parasitado a luz intestinal, o tratamento é feito por diclorocetamidas, que são muito pouco absorvidos e, consequentemente, atóxicos. Não atuam sobre cistos, portanto, é preciso alertar ao paciente que mesmo após o tratamento ele ainda é um agente propagador da doença. É preciso evitar a ida em piscinas públicas e atentar aos cuidados com a higiene para não se contaminar novamente ou contaminar outras pessoas.


Caso os trofozóitos tenham atingido os tecidos, o tratamento é feito com nitroimidazólico, em geral, metronidazol.